O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT concluiu viagem de 12 dias por seis estados nordestinos nesta quinta-feira (26), e participará do primeiro turno eleitoral de 2022. Com o apoio do líder público, deixou o regional eleição presidencial.
Essas costuras são realizadas independentemente dos conselhos nacionais desses partidos, que frequentemente adotam abordagens diferentes nas eleições presidenciais, sejam eles apoiam o presidente Bolsonaro ou os candidatos do Artigo 3.
Na cúpula do PT, a avaliação é que o ex-presidente cumpriu a missão que traçou nesta viagem: restabelecer contato com ex-aliados, reconstruir pontes e abrir caminho para 2022, seja no primeiro ou no segundo turno.
Legendas como PSB e MDB são o centro do diálogo político no Nordeste. Porém, o diálogo com o PSD e o PP também avançou, além de discussões pontuais com legendas como Cidadania, PV, Podemos etc., há até discussões com a secretaria do PDT.
Ao apontar para o segundo turno, o ex-presidente já começa a conversar com adversários senadores, como Tasso Jereissati e Cid Gomes. O mesmo buscou também caminhos com empresários e evangélicos.
“Nós não negaremos diálogo com nenhum partido político. Por isso eu tenho viajado. Já encontrei com muita gente que era oposição e que quer conversar”, disse Lula em entrevista à imprensa em Salvador.
Na Bahia, tanto PP e PSD aproveitaram a visita para anunciar publicamente apoio ao petista.
“Meu trabalho no PSD não vai se resumir à Bahia. Meu propósito é reunir o PSD do Brasil para te apoiar em 2022. Sei de várias lideranças no Brasil que são simpáticas à candidatura de vossa excelência”, afirmou.
“Eu ainda não decidi se sou candidato. Eu estou com muita paciência, estou conversando com muita gente, estou ouvindo muito desaforo, leio muito a imprensa. Tem alguns setores da imprensa que não querem que eu volte a ser candidato. Porque, se eu voltar [à Presidência], eu vou regular os meios de comunicação deste país”, comenta Lula.
Na mesma linha, o vice-governador da Bahia, João Leão (PP), anunciou apoio a Lula no próximo ano a despeito de seu partido fazer parte da base aliada do governo Bolsonaro.
“Estamos juntos com Lula independente de qualquer condição”, disse Leão, destacando que os diretórios estaduais do PP tradicionalmente têm liberdade para formar suas próprias alianças.
Nos demais estados onde houve conversas com Lula, líderes dos dois partidos foram menos enfáticos e deixaram o apoio ao petista no campo das possibilidades.
Enquanto estreitam as conversas com Lula e reafirmam as alianças com governadores de partidos de esquerda, parlamentares atuam como linha auxiliar do Planalto em boa parte das pautas no Congresso.
Entre os petistas, a avalição é que será possível consolidar apoios desses partidos na maior parte dos estados do Nordeste, mesmo sem o respaldo de uma aliança nacional.
O senador Jaques Wagner, admitiu que replicar as alianças firmadas no Nordeste em nível nacional será “um trabalho complexo”, mas se disse otimista, citando o histórico de parcerias.
Dentre todos os partidos fora do campo da esquerda, as conversas de Lula encontraram maior eco no MDB, legenda que tem relação histórica com o PT no Nordeste e tem uma posição de independência em relação a Bolsonaro.
Para contrapor o avanço da máquina federal, Lula e seus aliados trabalham para formar um cinturão de aliados que inclua os nove governadores do Nordeste.
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